Conchas em formas... cores e movimentos
 

 

O ato de criar com as mãos a arte em seu momento único é reconhecido como artesanato. O artesão cria peças que por mais que sejam parecidas são exclusivas, pois são realizadas uma a uma. O que o diferencia é o seu poder de ver o que os nossos olhos não percebe e nos fazer entender sem que precisemos de grandes explicações. Assim a artesã Ângela Mª. de Paula realiza trabalhos inusitados com conchas do mar.”

A artesã Ângela Maria de Paula Ciqueira, 23, natural de Cruzeiro/SP, casada há sete anos com José Carlos Ribeiro Freire, 44, com quem tem os belos filhos Gustavo, 7, e Arthur, 3, veio para Ubatuba por amor ao seu esposo e à terra que orgulha-se de chamar de sua. Desde sua infância, ela diz que o artesanato esteve presente em sua vida por influência da sua mãe que tinha um ateliê onde confeccionava peças de argila. Com seus 14 anos conheceu seu esposo em Ubatuba e não quis mais voltar para a terra natal, aqui teve seus filhos e começou a estudar. Sempre gostou de bijouterias e despretenciosamente começou a confeccioná-las; inicialmente para seu próprio uso e depois para dar de presente às amigas de escola. Foi quando percebeu o interesse de todos em suas criações e começou a despertar os olhos para uma nova fonte de renda. Apaixonada pelo mar, um dia colheu algumas conchas, fez uma cortina e depois vieram outras coisas. Começou a observar o comércio artesanal e viu que poderia fazer muitas peças e sua primeira criação foi uma baiana. Desde então, não parou mais de criar a partir das conchas marinhas. Ela já tem cerca de 15 peças exclusivas criadas por ela desde novas baianas, como tartaruguinhas, imãs de geladeiras, móbiles, burrinhos, incensários, borboletinhas, entre tantas outras peças, e seu carro chefe: os peixinhos.
Ângela tem olhos atentos. Quando observa o formato de uma concha, já imagina um objeto qualquer. Ela tem uma grande preocupação quanto a qualidade de seu produto, por isso, tudo o que cria ela submete a testes antes de colocar no mercado.
A artesã também assina suas peças com o nome de Ubatuba, pois ela diz que se Ubatuba crescer todos crescemos juntos, e quando uma peça sua for adquirida por pessoas de outros lugares do mundo vão dizer: “Ah, Ubatuba tem artesanato de qualidade e beleza!
Ela também faz trabalhos com bisqüis, couro, e outros materiais que muitas vezes vêm se fundir em técnica de peças criadas por ela. Sempre procura estar inovando e por isso está atenta as novas tendências e procura ler muito. Diz também que as críticas sempre são de bom grado pois isso só vem a somar no desenvolvimento do seu trabalho.
Suas peças podem ser encontradas em todo artesanato local e na feirinha hippie, sendo esta sua principal renda familiar (seu esposo cuida da parte comercial dos produtos). Mas Ângela, como todos os demais artesãos do município, lamenta não ter um lugar exclusivo para seus trabalhos, pois em outras cidades existe a Casa do Artesão, e aqui parece terem sido esquecidos pelos governantes. Pois é com esta renda que pagam seus impostos, mantém seus filhos sadios e estudando, sem contar que são eleitores do município e parecem ter menos privilégios que os não eleitores que vêm para a cidade em feriados e temporada e expõem nas praias e avenidas sem ter que pagar no mínimo alguma taxa.
Quem quiser conhecer um pouco mais desta artesã de talento é só procurá-la em seu ateliê Caiçara da Gema, “o puro artesanato da terra especializada em conchas e embalagens artísticas”, sito a rua Praia da Caçandoca, 141 - Perequê-Açu, fone: (12) 9141-7263.
Venda por atacado e a varejo.